Comitê gestor
sábado, 18 de junho de 2016
UFBA CRIA PROGRAMA DE BOLSAS MILTON SANTOS VOLTADO À GRADUAÇÃO E PÓS
Recursos virão de doações da viúva do geógrafo
De UFBA e GELEDES
Estudantes de graduação e de pós-graduação da Universidade Federal da
Bahia poderão se beneficiar com bolsas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado,
financiadas com recursos do Programa de Bolsas Milton Santos. A cerimônia, que aconteceu na antessala do Gabinete do Reitor, contou com a assinatura do Termo de
Doção pelo Reitor João Carlos Salles e pela viúva do professor Milton
Santos, Sra. Marie-Hélène Tiercelin Santos, que doará os fundos para o
financiamento de 10 bolsas de Iniciação Científica, 3 bolsas de Mestrado e 1
bolsa de doutorado, sendo que 5 delas sempre serão destinadas à área de
Geografia.
A finalidade é estimular estudantes a desenvolverem sua vida acadêmica,
rememorando e mantendo viva a trajetória do geógrafo e intelectual baiano
Milton Santos e incentivar o campo dos estudos sobre espaço, sociedade e
cidade. Os beneficiados deverão desenvolver pesquisas, de diversos
campos, mas que apresentem como problemática de trabalho questões referentes à
cidade, à urbanização, ao espaço, ao território, à globalização, à geopolítica,
à ecopolítica e à cidadania.
Serão disponibilizados mensalmente à UFBA a quantia de R$ 13.000,00
(treze mil reais), durante 5 anos, passíveis de renovação, devendo haver uma
avaliação anual da experiência do programa com apresentação pública dos
trabalhos desenvolvidos. Além disso, eles deverão também constituir um fundo de
reserva, utilizando R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais) mensais,
destinados ao apoio e à participação dos bolsistas em eventos acadêmicos
regionais e nacionais de relevância para a área de estudos. Os recursos
seguirão as normas de bolsas da UFBA.
Comitê gestor
O processo de seleção para concessão das bolsas ficará a cargo de um
comitê formado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal da Bahia
que é composto pelos seguintes membros: Ana Fernandes (Faculdade de
Arquitetura), que exercerá a sua presidência pelo período de 01 (um ano); Maria
Auxiliadora da Silva (Instituto de Geociências); Angela Maria de Almeida Franco
(Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos); Charbel
El-Hani (Instituto de Biologia) e Joice Pedreira Neves (Faculdade de Farmácia,
representando a Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação).
O professor Milton Santos
O programa será possível graças aos recursos de aposentadoria deixados
pelo professor à sua esposa, Marie-Hélène Tiercelin Santos. Milton Santos
dedicou sua vida à elaboração de conceitos que pudessem transformar as próprias
formas do pensar, reconfigurando as questões relativas à cidade e à
urbanização, ao espaço, ao território. Esses conceitos problematizaram a
realidade dos países então chamados de subdesenvolvidos, a partir de uma
intrínseca relação com as conformações sociais e espaciais promotoras de
desigualdades e delas resultantes. Mas a sua obra ia além da identificação de
problemas, buscando, ao elucidá-los, estruturar outras formas para sua abordagem
e compreensão intelectual.
Sem nunca abandonar suas raízes brasileiras e nordestinas, Milton Santos
se viu obrigado a deixar o Brasil logo após o golpe militar de 1964.
Instalou-se na França, onde atuou como professor convidado nas universidades de
Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne, e no IEDES (Instituto de Estudos do
Desenvolvimento Econômico e Social). Em 1971, aceitou convites fora da França,
tendo passado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology – Boston) como
pesquisador; e como professor convidado nas universidades de Toronto (Canadá),
Caracas (Venezuela), Dar-es-Salam (Tanzânia) e Columbia (New York).
Retornando ao Brasil em 1977, Milton Santos enfrentou dificuldades para
se reinserir no ambiente acadêmico. A UFBA, de onde foi demitido por
“ausência”, durante a ditadura, o reintegrou aos seus quadros em 1995. No
período que antecede a isso, ele deu aulas na UFRJ e tornou-se professor
titular da USP em 1983, onde lecionou até sua aposentadoria.
Pós-Doutorando pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ); Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá (PGE-UEM); Pesquisador do Grupo de Estudos Urbanos (GEUR/UEM) e do Observatório das Metrópoles (UFRJ e UEM). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR); Consultor da UNESCO/MEC; Conselheiro no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) de Maringá (PR) e Delegado da Assembléia de Planejamento e Gestão Territorial 5 (APGT-5) de Maringá (PR).
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