A articulação foi feita sob medida. Tentaram empurrar o Aécio, mas ele perdeu por sua própria inanição. Perdeu em seu próprio estado de lavada e, como disse Jucá, "é incompetente para ganhar um pleito". Como a candidatura dele saiu pela culatra, mesmo com o apoio de todos os setores conservadores da sociedade, como "mídia-judiciário-Fiesp-fraudes em pesquisas de opinião", o revide passou a ser no momento em que o TSE publicou o resultado das eleições.
Naquele momento, a parte da população que perdeu as eleições não aceitou o resultado democrático do pleito. Revides e recursos de todas as ordens foram providenciados até que, de fato, cunharam o processo de impedimento. Houve, como observamos no diálogo, um caminho plantado sob medida, com a eleição de Eduardo Cunha, para a construção do impedimento.
Enfim, depois de todo o circo criado, Temer assumiu e, ao invés de fazer um governo de continuidade, como era obvio em um processo de exceção (ele não era vice?), a intervenção foi à fórceps, colocando os mais corruptos para Ministros. Mas não era contra a corrupção????
Com essa bomba, não há como o golpe ter sucesso. Houve uma demonstração evidente de como as articulações realizadas pela direita (PMDB, PSDB, PP e outros) e extrema direita (DEM, PR e outros) tinha como objetivo frear um processo de perseguição à corrupção (implantada por Lula e Dilma e não realizada por eles, como diz a mídia golpista), de frear as políticas sociais e de retomar o poder, que lhe foi tirado democraticamente em 2002 e que, via o voto popular, são incompetentes para atingi-lo. Pois, enfim, como dizia Milton Santos, a elite deste país não quer direitos, mas quer privilégios.
