
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Envio de trabalhos para o SIMPURB em Fortaleza (CE) expira daqui 2 dias (Prazo Final 15/05)
Sobre a Apresentação do Evento:
Há no Brasil atual uma miríade de dinâmicas, rupturas e transformações urbanas promovidas por questões econômicas, políticas e sociais. As contradições apresentadas são inerentes ao período atual e revelam as adaptações das condições gerais de produção, necessárias nesse novo contexto de reprodução da vida humana, o que desnuda a necessidade premente de se refletir coletivamente sobre a condição urbana na geografia contemporânea. Emerge assim um objetivo ambicioso para o pesquisador que possui a cidade como elemento de análise: ampliar o debate acerca das contradições do espaço urbano no Brasil contemporâneo
O período atual está marcado tanto pela presença de cidades em profundo processo de modificação e expansão territorial como pela implantação de empreendimentos de grande porte, dos mais variados ramos: petrolífero, siderúrgico, rodoviário, ferroviário, imobiliário, naval, comercial, portuário, esportivo, serviços etc. Ocorrem na escala brasileira e mundial acelerada valorização e ampliação dos lançamentos dos produtos imobiliários, que compreende variados estratos de consumo, desde os novos loteamentos e condomínios de alto padrão das áreas de expansão urbana até unidades populares oriundas de política públicas habitacionais.
A reestruturação urbana termina por engendrar a configuração de novas paisagens, territorialidades e espacialidades nas cidades. Surge como paradigma: i) a necessidade da alteração dos sistemas de transportes, com implantação de corredores viários e vias rápidas de interligação, soluções de mobilidade urbana por metrôs e veículos leves sobre trilhos, processos de descentralização e novas nucleações, novos padrões de valorização da terra urbana, dinâmicas crescentes de gentrificação e de segregação espacial. Cidades se preparando para megaeventos esportivos, seja como sede, cidade-satélite ou cidade-turística; ii) o lido com problemas socioambientais no urbano, como destinação de resíduos, a contaminação atmosférica e os transbordamentos, deslizamentos e enchentes em bairros e vias públicas, que implicam em constantes tensões e conflitos desta natureza e; iii) o trato do processo de militarização da questão urbana, que condena particularmente as áreas periféricas a programas de aguda remoção habitacional, marginalização e convívio de seus habitantes com formas aparentes de repressão e violência.
É ponto pacífico o fato de que, guardadas as devidas peculiaridades, a realidade anteriormente descrita poderia relacionar-se às mais diferentes cidades brasileiras (e mesmo mundiais). “Antigas” e “novas” lutas se articulam nos espaços urbanos, em um conjunto de reivindicações tratadas no movimento da Reforma Urbana, em prol do direito à moradia, do questionamento às mazelas ambientais, da regularização fundiária, da erradicação dos vazios urbanos, da configuração de novas regionalizações, etc. Tais mutações remetem à atual dinâmica urbana marcante das últimas décadas.
A proposta para o XIV Simpósio Nacional de Geografia Urbana – SIMPURB – 2015, a ser realizado em Fortaleza, entre os dias 08 e 12 de setembro de 2015, é pensar a questão urbana em sua complexidade, conciliando “teoria e empiria”, “reflexão e prática”, “planejamento e crítica”, vis-à-vis consideração das perspectivas e abordagens presentes na Geografia Urbana hodierna.
A metrópole de Fortaleza, após 20 anos de realização de último SIMPURB realizado na UFC, em 1995, receberá professores, pesquisadores e estudiosos envolvidos com a questão urbana, convocados para a efetivação de um duplo, porém conciliável, esforço teórico:
1 – pensar o fenômeno urbano, em sua multiplicidade concreto-imaterial, que envolve as questões políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, de maneiras entrecruzadas, complementares e conflituosas;
2 – refletir sobre os avanços e práticas da Geografia Urbana, entendendo que este campo do conhecimento pode contribuir decisivamente em questões de reflexão, planejamento, pesquisa e intervenção, bem como nas práticas socialmente constituídas.
Tradicional evento bianual, o Simpósio Nacional de Geografia Urbana (SIMPURB), desde sua primeira edição (USP, São Paulo, 1989), objetiva consolidar a reflexão – científica, prática, militante, de maneira interdependente e articulada – sobre o fenômeno urbano em sua condição polissêmica. O urbano é concreto-abstrato, objeto-ação, consenso-dissenso, planejamento-luta, ciência e ação política. Neste SIMPURB 2015, ambiciona-se contribuir para que este evento permaneça enquanto ágora dos mais profundos debates sobre o fenômeno urbano, cumprindo seu papel histórico crucial de se pensar a Geografia Urbana enquanto campo de conhecimento, que recupera as demandas de diferentes grupos sociais. Em tempos de urbanização em modo contínuo, o SIMPURB busca o diálogo entre a Geografia (com todas as suas inquietações) com outros campos de análise científica (História, Economia, Sociologia, Ciência Política, Arquitetura, Planejamento e Engenharia Urbana, entre tantos outros) e na esfera social, através de movimentos e coletivos sociais, ativismos urbanos, grupos de resistência, associações de moradores, etc. Atávica à luta, à transformação, à ação militante e à criatividade, a crítica do urbano permite a conjugação entre as mais diversas perspectivas e análises dos mais diferentes sujeitos político-sociais.
A “ciência” aqui aludida obedece aos rigores teórico-metodológicos exigidos em um evento desta magnitude. Em 1999, o Brasil tinha vinte e um programas de pós-graduação na área de Geografia; em 2012 são cinquenta e um, aumentando cerca de 140% o número de programas e multiplicando indefinidamente o número de pesquisadores da temática urbana. Neste panorama, o número de participantes no SIMPURB aumentou de maneira progressiva, e, destacadamente, as temáticas também se expandiram, consolidando debates importantes como o turismo, problemática ambiental na cidade e a dimensão subjetiva do urbano.
O propósito do SIMPURB 2015 [Fortaleza] é convocar os principais pesquisadores da temática urbana brasileira a refletir, ponderar e contribuir na construção de horizontes analíticos cientificamente rigorosos e criativos. Apresenta-se, portanto, ambiente propício à consolidação de aportes teóricos, conceituais e metodológicos da Geografia Urbana do presente século. Os novos pesquisadores, oriundos da expansão da pós-graduação da última década, somar-se-ão aos mais experientes em esforço de construção de novos caminhos analítico-conceituais.
A aproximação-encontro destes estudiosos, espraiados pelo território brasileiro, significará geração de um momento de plena inserção intelectual, a envolver múltiplos olhares, estudos e realidades diversas.
Mais Informações: http://simpurb2015.com.br/

Pós-Doutorando pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ); Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá (PGE-UEM); Pesquisador do Grupo de Estudos Urbanos (GEUR/UEM) e do Observatório das Metrópoles (UFRJ e UEM). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR); Consultor da UNESCO/MEC; Conselheiro no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) de Maringá (PR) e Delegado da Assembléia de Planejamento e Gestão Territorial 5 (APGT-5) de Maringá (PR).

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